Rio de Janeiro,
14
Novembro
2017
|
15:03
Europe/Amsterdam

Pesquisa da Booking.com revela preconceito de gênero na indústria de tecnologia

Enquanto a maioria das mulheres pesquisadas acham que o trabalho no setor de tecnologia é atraente, 46% admitem que o preconceito de gênero na indústria no Brasil é pior do que se imagina, frente à média global de 42%

A Booking.com, uma das maiores empresas de e-commerce de viagens do mundo e líder em tecnologia digital, revela as descobertas de um estudo mundial exclusivo, que ouviu mais de 700 mulheres em 8 países, incluindo o Brasil, para entender melhor as percepções das mulheres que trabalham em funções não-tecnológicas no setor de tecnologia. Os dados revelam que, embora muitas mulheres achem o trabalho na indústria de tecnologia muito atraente, existe um preconceito de gênero que não se limita apenas às mulheres que trabalham em funções técnicas de TI e engenharia.

A tecnologia abrange todas as áreas de negócios atualmente. Departamentos como RH, financeiro, marketing e atendimento ao cliente exigem cada vez mais conhecimentos técnicos e informações sobre dados, além do conhecimento, experiência e habilidades não-técnicas da indústria. A pesquisa explora essa interseção e investiga mitos, percepções e preconceitos que impedem o setor de tecnologia de atrair mais mulheres em diferentes funções.

De acordo com as descobertas, a maioria das mulheres pesquisadas no Brasil acha que o trabalho na indústria de tecnologia é atraente, porque oferece liberdade para inovar (88%), um ambiente de trabalho dinâmico (78%) e horário de trabalho flexível (87%). Outras vantagens de trabalhar para uma empresa de tecnologia incluem informalidade do código de vestimenta (72%) e menos estruturas hierárquicas (68%) em comparação a outras indústrias.

No entanto, quase metade (46%) das mulheres em funções não-tecnológicas pensa que o preconceito de gênero é pior do que se imagina. Além disso, 43% das brasileiras entrevistadas sentem que, como mulher em um cargo não-tecnológico, são menos respeitadas do que um homem seria em sua posição.

"Embora saibamos que há poucas mulheres em cargos de desenvolvimento e engenharia especificamente, também sabemos que também há um desequilíbrio de gênero significativo em cargos não-tecnológicos, o que eu acredito ter a ver com o mito e a percepção de que não há oportunidades para as mulheres que não possuem conhecimento em código ou engenharia no mercado de tecnologia. As empresas de tecnologia precisam de mulheres nesses cargos e de mais mulheres em outras funções críticas, como marketing e finanças. Mais mulheres em cargos não-técnicos podem ajudar a atrair e engajar mulheres em cargos técnicos também – a diversidade se estende além dos feudos funcionais", afirmou Gillian Tans, CEO da Booking.com.

Ter modelos femininos fortes é a chave para atrair mais mulheres para a área de TI

A falta de modelos femininos e líderes na indústria está criando barreiras para as mulheres. No Brasil, tal situação é ainda mais evidente com a impressionante maioria (92%) das mulheres do país afirmando que ver mais mulheres em cargos de liderança as inspiraria a avançar em sua carreira. Para fomentar esse crescimento, as mulheres brasileiras (70%) querem trabalhar com pessoas que as motivem a perceber seu potencial, maior clareza no plano de carreira (58%) e ter um empregador que não diferencie por gênero (57%).

De acordo com os dados em meio às mulheres no Brasil, também em função da falta de modelos femininos e líderes na indústria, 82% concordam que ver mais mulheres em cargos de liderança teria um impacto positivo e levaria ainda mais inovação à indústria de tecnologia, enquanto a média global é de apenas 56%. A pesquisa também mostra que 3 em 4 profissionais brasileiras afirmam que uma maior presença de mulheres em cargos de liderança tornaria empresas de tecnologia mais confiáveis.

"Conduzir mudanças e alcançar a diversidade de gênero começa no topo, e devemos encorajar modelos mais positivos para as mulheres em todas as funções da indústria de tecnologia. Sabemos que a maioria das mulheres vê benefícios interessantes para trabalhar em TI, e devemos colaborar como setor para encorajar as mulheres profissionais não-tecnológicas a entrar na indústria de tecnologia e apoiá-las da melhor forma para alcançarem seu potencial máximo", comentou Gillian Tans, CEO da Booking.com.

O preconceito de gênero é uma das principais barreiras para o sucesso das mulheres em tecnologia

A pesquisa sugere que o preconceito de gênero começa no processo de recrutamento, com 79% das entrevistadas acreditando que esses pacotes de benefícios não são adaptados às mulheres e a maioria (82%) sente que as mulheres não são encorajadas a estudar assuntos que as ajudariam a entrar na indústria. Mais da metade (84%) das entrevistadas vê um ambiente dominantemente masculino como um desafio para mulheres que ingressam na indústria da tecnologia.

A pesquisa revela que o preconceito de gênero também está afetando a confiança das mulheres no ambiente de trabalho, com quase metade (46%) das participantes admitindo que elas sentem que suas opiniões não são valorizadas e com um número semelhante indicando que elas não se sentem confortáveis para falar em reuniões de negócios. Não surpreende que 24% das mulheres entrevistadas tenham reconhecido que elas não se sentem confiantes o suficiente para reivindicar um aumento salarial.

Os resultados indicam que abordar o desequilíbrio de gênero é uma oportunidade para as empresas construírem uma cultura corporativa mais inclusiva e impulsionar o crescimento dos negócios, incentivando a diversidade e a inovação. A maioria das mulheres pesquisadas no Brasil acredita que contratar mais mulheres aumentaria o desempenho dos negócios (82%) e melhoraria o ambiente de trabalho no geral (88%). A pesquisa revelou que demonstrar que os empregadores valorizam a igualdade de gênero e trabalhar com pessoas que as motivem a perceber seu potencial é o principal gatilho para inspirar as mulheres a avançar sua carreira em tecnologia.

"Para poder corrigir o desequilíbrio de gênero, as empresas de tecnologia precisam abordar as percepções negativas de um local de trabalho dominado pelos homens e ter políticas de RH e pacotes de benefícios igualitários aos gêneros, para melhor recrutar e manter seu talento feminino. É por isso que recentemente iniciamos o treinamento sobre preconceito inconsciente e implementamos uma série de iniciativas internas de RH para aumentar a conscientização sobre os desafios enfrentados pelas mulheres e garantir que nossa cultura de trabalho encoraje as mulheres a alcançar seu potencial máximo", disse Gillian Tans.

"Diversidade é um ponto-chave na cultura da Booking.com e estamos continuamente empenhados em tornar a Booking.com uma das empresas tecnológicas mais diversas e equilibradas em termos de gênero no mundo. Nós também somos apaixonamos por incentivar a diversidade de gênero fora das paredes de nossa organização. Este ano, lançamos o Technology Playmaker Awards da Booking.com, para celebrar as mulheres bem-sucedidas em tecnologia e um programa de bolsas universitárias para apoiar estudantes talentosas que procuram trabalhar na indústria. Acreditamos firmemente que é necessário um compromisso real com a igualdade de gênero nas empresas para garantir que as habilidades e o conhecimento das mulheres sejam apreciados e nutridos da mesma forma que os dos homens", acrescentou Tans.

A pesquisa foi realizada pela Booking.com com 761 entrevistadas em 8 mercados, que trabalham em tempo integral para uma empresa de TI, mas não em cargos tecnológicos. Os dados foram coletados no quarto trimestre de 2016.